segunda-feira, março 7

Deixa eu te dar um cheiro?

Existem alguns cheiros que me pegam. Isso mesmo, a coisa pega lá no fundo e não tem como escapar.
O primeiro cheiro que me pega é o de chuva. Adoro quando vai cair aquela aguaceira toda do céu e a terra exala um odor característico, como se ela se preparasse para toda a água que vem por aí, se abrisse inteira; e chuva perto do mato então.... nem preciso falar daquele cheior de mato molhado. Me pega também.
Um outro cheiro que me pega é o de pão assando. Eu sempre digo que em casa que se assa pão, se tem gente de coração quente. Acho que aquele cheirinho aquece qualquer alma e espanta qualquer dor de coração.
O cheiro de mar então... me pega pelas víseras.... faz miséria de mim! Quase sempre, quando estou indo para Ubatuba e em Caraguá abro a janela, aspiro aquele ar cheio de maresia e deixo cair uma discreta lágrima.
Mas o cheiro que eu queria falar mesmo é um que eu estou sentindo agora: o cheiro de café passando. Um cheiro diário, que pega a casa inteira, que me acorda todos os dias. Para mim esse é o verdadeiro cheiro da manhã, o cheiro de despertar.
Certa vez eu tive um relacionamento com um homem que não bebia café (ok, quase todos os meus homens não compartilham desse meu vício fatal, é um dos defeitos comuns deles). Mas ele adorava o cheiro do café de manhã. Era muito engraçado, porque toda vez que eu ia fazer café, lá vinha ele meter o carão em cima do coador e ficava aspirando aquela fumaça cheirosa.... era uma cena cheirosa, por assim dizer, bonita e cheirosa.

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