segunda-feira, maio 2

da boca prá fora

Devido a acontecimentos familiares recentes eu caí em uma minhocagem daquelas... Fiquei pensando no sentido do pedido de desculpas.... sabe aquilo que a gente aprende a fazer quando é pequeno e que nos livra de quase todo o mal, e nos dá salvo conduto.
Já tinha caído nesse mesmo pensamento há algum tempo (alguns anos) quando uma pessoa que eu gostava muito simplesmente não apareceu em uma das minhas festas de aniversário. E na segunda-feira veio com o tal pedido de desculpas!!! Eu olhei bem para o cara, pensei e disse: "Desculpar eu não desculpo porque você teve culpa sim, e eu não vou tirar essa culpa de você, mas eu posso conviver com esse erro."
Eu adoro pensar na forma das palavras, como elas são compostas e ficar desconstruindo elas... a palavra em questão é um exemplo deliciosos disso: DES - CULPA (quer dizer: tirar a culpa, se livrar dela, independente do que vc tenha feito). Acho que essa expressão é ótima quando acontece um acaso: você pisa no pé de uma pessoa em uma festa com seu salto agulha; você quebra uma taça de cristal do jogo de cristais que a sua sogra herdou da avó dela.... são acidentes, situações onde realmente não se teve culpa, e aí você pede uma desculpa.
Semana passada eu vi um outro pedido de desculpas, de uma situação familiar bem cabeluda (ainda bem que eu fui só espectadora dessa) e no final, um simples telefonem para pedir desculpas. Mas se a pessoa teve a intensão de ofender (ou como no meu caso, a cara não foi mesmo na festa, porque foi em outro lugar e provavelmente com outra pessoa), por que pedir para a culpa ser retirada??
Não dá! Não dá para voltar o tempo para trás e fingir que absurdos não foram ditos, que sentimentos não foram feridos... já estão feridos, podem cicatrizar, mas a marca vai ficar. O certo talvez seria dizer que se arrependeu do que fez e que vai tomar cuidado para que isso não aconteça mais.

Nenhum comentário: